terça-feira, 19 de outubro de 2010

Marie Antoinette

Bom , como é o primeiro post, acho justo fazer antes uma pequena apresentação do blog. Eu queria ter um espaço aqui pra poder dividir coisas que me interessam: moda, livros, filmes, música e o dia-a-dia em geral. Mas principalmente eu queria poder dividir meu grande interesse em torno de grandes personalidades femininas que marcaram épocas e costumes e cujas atitudes modificaram nossa maneira de pensar.


Acho que nada melhor então para estrear o blog do que um post sobre Marie Antoinette. Afinal ela foi a figura que marcou o luxo e a decadência da mais forte dinastia do Antigo Regime. Ela era uma mulher excepcional que foi injustamente tida por fútil e ignorante. Que atire a primeira pedra, aquela de nós que nunca foi mal interpretada e eventualmente tachada de fútil.

Marie Antoinette era a caçula de uma prole de 16 filhos do casal de imperadores do Sacro Império Romano Germânico. Como era costume na época, seu casamento foi principalmente para fins políticos com o objetivo de apaziguar antigas tensões entre a dinastia dos Habsburgos, a qual pertencia, e a dos Bourbons, a qual pertencia seu noivo Luís Augusto. Ambos se casaram adolescentes, respectivamente aos 14 e 15 anos de idade. Eu imagino estar casada nessa idade, com um homem que eu nunca tinha visto e que era retraído e rotulado como estranho. Eu acho que eu ia fazer o que ela fez, me rebelar.

Nos primeiros anos vivendo na corte Marie viveu todo o luxo que sua posição na nobreza podia oferecer. Era sempre presente em teatros e bailes e seus complexos vestidos, a vasta coleção de sapatos e perucas causavam furor em Paris. O fato dela gastar muito dinheiro em coisas que não eram essenciais enquanto o povo francês passava fome lhe rendeu o apelido de Madame Deficit e a grande dificuldade que o casal teve em reproduzir herdeiros ao trono também foi motivo de deboche e impopularidade na corte.

Em 1778, oito anos após casar-se com Luís XVI, Marie deu à luz a sua primeira filha e foi quando recebeu de presente do Rei o “petit Trianon” (um pequeno palácio nas imediações de Versailles que virou o novo refúgio da rainha). A materninde parece ter trazido paz a Marie que então se tornou uma pessoa mais simples, mas a opinião pública nunca perdoou seus gastos dispendiosos. Em 1781 ela finalmente teve seu primeiro filho homem e em 1785 e 1786 teve mais dois filhos, respectivamente um menino e uma menina.

Quando a crise econômica atingiu proporções descontroladas o descontentamento do povo com as ações da nobreza levaram a Revolução Francesa. Durante a Revolução Marie Antoinette foi mostrada ao publico como a principal culpada da crise e sua face respresentava o luxo de um sistema que não cabia mais no contexto da França. Em 1789 ela foi detida junto com a família real, em 1792 a família tentou fugir mas foram reconhecidos e em 1793 Luís XVI e Marie Antoinette foram mortos na guilhotina.

Antes de ser morta, a França viu uma sombra da antiga rainha, uma mulher envelhecida e cansada, ser submetida a julgamento. Entre os vários testemunhos contra a Rainha foi ouvido um sapateiro que afirmou que Marie teria submetido, durante o cativeiro, seu filho mais novo a atos incestuosos. A acusada reagiu com indignação: "A natureza se recusa a permitir tal acusação feita a uma mãe. Eu apelo a todas as mães que porventura aqui estiverem". E, em um dos últimos momentos de sua vida, conseguiu atingir parte da população e melhorar um pouco a sua imagem. Foi levada para guilhotina como cidadã comum em uma carroça e mesmo assim manteve sua dignidade e austeridade durante o trajeto para a morte.

O que eu mais simpatizei nela foi o deslumbre que eu acredito que a corte francesa tenha tido sobre ela em um primeiro momento, eu acho que nós somos constantemente deslumbrados pelo luxo e pompa que o dinheiro pode trazer e as vezes podemos perder a noção das nossas ações ou ,no caso, dos nossos gastos. Outra coisa que eu gosto na história dela é a rotulação que ela recebeu de ser fútil. Até entendo que o termo “fútil” ande constantemente ligado aqueles considerados consumistas mas não consigo entender porque isso tornaria uma pessoa ignorante. Porque que toda “patricinha” é necessariamente burra?

Ainda hoje ela tá muito presente e, em partes graças ao filme de Sofia Coppola (http://www.sonypictures.com/homevideo/marieantoinette/), é um ícone de luxo e principal representante da moda de uma geração. Aqui vão alguns títulos de obras sobre ela que podem interessar: Maria Antonieta por Antonia Fraser; Maria Antonieta - a última rainha da França por Evelyne Lever e Rainha da moda - como Maria Antonieta se vestiu para a revolução por Caroline Weber.

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